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Hurb corre contra o tempo e tenta reaproximação com bancos

Publicado em 29/04/23

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Empresa tenta colocar a casa em ordem, mesmo que muito ceticismo ainda ronde o mercado

Depois de muita polêmica e afastamento de seu presidente e fundador João Ricardo Mendes, a agência de viagens on-line Hurb, ex- Hotel Urbano, corre contra o tempo e tenta colocar a casa em ordem, mesmo que muito ceticismo ainda ronde o mercado.

Há uma semana, quando os problemas se tornaram públicos, a companhia decidiu pela contratação da consultoria Corporate Consulting, especializada em reestruturação de companhias. Desde então, a Corporate fez uma varredura nos números e está estabelecendo uma agenda de reaproximação da Hurb com os bancos, segundo apurou o Valor.

Na última quinta-feira, por exemplo, uma das primeiras ações foi a ida do atual presidente da companhia, Otávio Brissant, na empresa há sete anos, a uma reunião com executivos do banco Itaú, instituição financeira que no ano passado anunciou que encerraria seu contrato de adquirência e de antecipação de recebíveis com a Hurb, algo que foi apontado por Mendes como o problema central da dificuldade financeira da empresa.

Uma fonte próxima da companhia observa que o fim do relacionamento se deu por questão estratégica do banco em relação ao setor de turismo. Mas a Hurb está tentando restabelecer esse relacionamento.

Esse será um passo importante para a empresa: conseguir desconcentrar o serviço de adquirência e, consequentemente, a antecipação dos recebíveis. Hoje a companhia faz a venda por meio do Safra Pay, que estaria realizando a antecipação de 100% dos recebíveisA instituição financeira que faz a captura das vendas do cartão não é obrigada a fazer as antecipações.

Ao Itaú a ideia seria de voltar a ter um relacionamento bancário, muito embora Brissant não tenha tocado nesse assunto durante a reunião com o banco nesta semana, disseram fontes a par do assunto. A ideia não é parar por aí, mas bater na porta de outros bancos. “Não iremos mais concentrar”, disse uma fonte próxima da empresa. Procurados, Itaú e Safra Pay não comentaram.

O diagnóstico até o momento é de que a Hurb não precisará da entrada de um investidor para capitalizar a empresa e que a receita da companhia e sua carteira de vendas têm potencial de resolver o problema, algo que explica a necessidade da empresa conseguir antecipar o recebimento das parcelas que os clientes ainda pagarão pelos pacotes comprados.

Na prática, essa equação é parecida a de empresas de turismo. O consumidor compra um pacote e divide o pagamento, muitas vezes em 12 vezes e acaba, assim, fazendo a viagem antes mesmo de viajar. Isso aumenta a taxa do chamado “chargeback”, que nada mais é a quantidade de clientes que desistem da viagem e pedem o dinheiro de volta. Por isso muitos bancos não fazem integralmente a antecipação dos recebíveis, dado o risco embutido na transação.

Com esse dinheiro é que a Hurb quer pagar os hotéis e demais parceiros. Sem isso, precisará de outro tipo de capital para o capital de giro e conseguir cumprir com as viagens dos consumidores.

Corrida contra o tempo

A Hurb afirmou nesta sexta-feira que, embora não comente processos em andamento por questões legais, “tudo será esclarecido perante o Ministério da Justiça”. A companhia se pronunciou a pedido do Valor após a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), divisão do Ministério da Justiça, abrir um processo administrativo contra contra a Hurb.

A Senacon deu prazo de 48 horas para que a empresa comprove capacidade financeira de honrar com os pacotes de viagem vendidos durante a pandemia.

Por meio de nota, a Hurb afirmou que está no mercado há mais de 12 anos e “sempre prezou pela transparência com os seus viajantes”.

Dados da Senacon apontam que no primeiro trimestre deste ano foram realizadas mais de 7 mil queixas contra suposta falta de pagamento da Hurb a hotéis e pousadas, enquanto em todo o ano passado foram 12 mil reclamações.

A Hurb havia informado ao Valor que os atrasos de pagamentos dos últimos 45 dias somam R$ 50 milhões, enquanto outros R$ 90 milhões em compromissos vencerão nos próximos 45 dias.

Matéria Publicada por Valor Economico.

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